O Óbito do Vivo
O Óbito do Vivo Já decidi: Vou celebrar a festa do meu próprio óbito. Vocês vão me julgar de maluku, tarado, chalado, chafrado não-bate bem da cabeça. Mas não me interessa, pois eu penso, e se penso existo, e se existo logo vocês vão me falar. Na verdade, quem que é maluku, tarado, chalado, chafrado, sem lá mais que, é aquele quem que morre e não antecipa a festa do seu próprio óbito, aquele quem que não goza a sua própria morte dele ainda vivo. Maluku é aquele quem que deixa (ou não deixa, então?) os outros festejar a sua própria festa dele do óbito. Porque, ja vi, e é sempre assim: para casar, os noivos escolhem a casa, procuram o salão bom, compram o fato novo do noivo e o vestido branco da noiva, pagam o anel de casamento, os sapatos; convidam os muitos amigos convidados e familiares mais amados, e tudo o mais, que a gente nunca sempre tem a capaz idade de saber; os aniversariantes, quem que completam os anos deles, escolhem o dia, compram eles próprios o bolo e em cima d...