REIVINDICAÇÕES DIDÁTICAS DAS LÍNGUAS NACIONAIS EM ANGOLA


LOCAL LANGUAGES DIDATIC CLAIMS IN ANGOLA IN FACE OF PORTUGUESE LANGUANGE DOMINANCE


Francisco Edmundo
Fundación Universitaria Iberoamericana
Universidad Internacional Iberoamericana
kulikolelwa@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0001-5183-6834

Ana Nobre
Universidade Aberta - LE@D
orcid.org/0000-0002-9902-1850


Resumo:

A educação é inegavelmente um domínio prioritário de um determinado país. São vários países que entenderam essa importância e por isso fizeram grandes esforços para melhorar seus sistemas de educação, obtendo daí grandes resultados, ao contrário daqueles países que adotaram o modelo educacional herdado do colonialismo e continuaram com este sem uma reflexão profunda sobre as necessidades e aspirações de seus povos.
Angola é um desses países que herdaram os seus sistemas educacionais do colonialismo, e com vista a reverter a situação, deve favorecer o sector da educação com uma visão projetada a partir dos seus fenómenos sociais, culturais e sobretudo linguísticos. Isto implica uma nova decisão política em relação ao atual sistema educacional ineficaz por força das crises estruturais e que se desenvolveram durante a sua história colonial.
Este artigo trata da questão das línguas nacionais em Angola e aborda as vozes que reivindicam a sua inserção no sistema educacional, como forma de reverter o atual status quo em Angola onde o ensino é ministrado única e exclusivamente em língua portuguesa.
O artigo sugere a introdução de uma educação plurilíngue que consiste em ensinar e aprender simultaneamente três línguas, ou seja, a língua de implantação numa dada região do país, a língua com maior número de falantes e a língua da capital.
Palavras-chave:
Línguas nacionais; língua portuguesa; ensino bilingue; políticas linguísticas; comunicação; Angola; colonialismo.

Abstract:

Education is undeniably a priority sector for a given country. Many countries have taken this importance into consideration making improvements on their education system obtaining successful results. However other countries have adopted educational models inherited from colonialism following them without a deep reflection on the needs and aspirations of their people.
Angola is one of those countries that inherited their educational systems from colonialism, and in view to reverse the situation, it must invest in the education sector with a vision projected from its social, cultural and most importantly linguistic context. This implies a new political decision in relation to the current educational system which is ineffective due to the structural crises derived from its colonial history.
This article deals with the issue of local languages ​​in Angola and addresses the voices that claim their introduction in the educational system, as a way to revert the current status quo in Angola where teaching is done only and exclusively in Portuguese.
The article suggests the introduction of a multilingual education that consists of teaching and learning three languages ​​simultaneously, that is, the language used in a given region of the country, the language with the largest number of speakers and the language of the capital.

Keywords:
Angola; local languages; Portuguese language; bilingual education; language policy; communication; colonialism.

Resumen:

La educación es sin duda un dominio prioritario para un determinado país. Hay varios países que entendieron esta importancia, habiendo hecho grandes esfuerzos para mejorar sus sistemas educativos obteniendo excelentes resultados, a diferencia de aquellos países que adoptaron el modelo educativo heredado del colonialismo y continuaron con él sin una profunda reflexión sobre las necesidades y aspiraciones de sus pueblos.
Angola es uno de esos países que heredaron sus sistemas educativos del colonialismo, y con miras para revertir la situación, debe investir al sector educativo con una visión proyectada de sus fenómenos sociales, culturales y sobre todo lingüísticos. Esto implica una nueva decisión política en relación con el sistema educativo actual que es ineficaz debido a las crisis estructurales que se desarrollaron durante su historia colonial.
Este artículo aborda el tema de los idiomas nacionales en Angola y aborda las voces que afirman la necesidad de su inserción en el sistema educativo, como una forma de revertir el status quo actual en Angola, donde la enseñanza se hace solo y exclusivamente en portugués.
El artículo sugiere la introducción de una educación multilingüe que consiste en enseñar y aprender tres idiomas simultáneamente, es decir, el idioma de implantación en una región determinada del país, el idioma con el mayor número de hablantes y el idioma de la capital.

Palabras clave:
Angola; idiomas nacionales; lengua portuguesa; educación bilingüe; políticas lingüísticas; comunicación; colonialismo.
Introdução
O ensino e aprendizagem das línguas nacionais em Angola, e a comunicação em línguas nacionais entre cidadãos de diversas comunidades etnolinguísticas, têm suscitado, nas últimas décadas, acesos debates. A razão principal é a continuada dependência na língua portuguesa como único mediador da comunicação, num contexto de multiplicidade linguística como resultado do antagonismo do colonial que fez um descaso às línguas locais. Ademais, a atual situação linguística é consequência da falta de política e planeamento linguísticos depois da Independência, com vista a sua promoção e à elevação do seu estatuto. Hoje em Angola, a língua portuguesa é o único meio de comunicação, gozando, como tal, de um estatuto privilegiado nos domínios formais e sobretudo na educação, em detrimento das línguas nacionais, que ficaram confinadas a um reduto periférico.
Iniciamos a nossa escrita por uma contextualização teórica, ao que se segue uma contextualização metodológica fundamentada por um corpus de dados qualitativos recolhidos através da aplicação de entrevistas na Huíla, uma das dezoito províncias de Angola, onde participou mais de uma dezena de voluntários. Os resultados preliminares apontam para as três categorias descritas.

Contextualização Teórica

Angola é um país situado na parte Austral de África. Nos seus 1.246, 700 km2 de extensão habita uma população estimada em cerca de 30 milhões de habitantes. É composta por 18 províncias, sendo Luanda a sua Capital. Não existe unanimidade sobre quantas tribos existem em no país, no entanto, Coelho (2016), referenciando José Ribeiro da cruz (1940) aponta para a existência de uma dezena de tribos, dentre os quais o Kikongo, Kimbundu, Kioko, Umbundu, Ngangela, Nhaneka, Kwanhama, Herero e Ndonga. Além dessas tribos, grande parte das quais é de origem bantu[1], existem também as não-bantu, consideradas como os primitivos habitantes, tais como os Bosquímanos. Do mesmo modo, não existe unanimidade sobre o número de línguas existentes em Angola, estimando-se que sejam mais de 40, incluindo 6 institucionalizada (Ethonologue). Porém, há unanimidade de que o Umbundu seja a língua mais falada, seguindo-se do Kimbundu e Kikongo (Araújo, 2014; Webb & Sure, 2000).
O português é a única língua oficial e de escolaridade (Pedro, 2014), sendo a primeira língua de mais de 40% da população sobretudo nas zonas rurais (Ndombele, 2014). É a única que tem cobertura nacional, sendo utilizada como meio e matéria de ensino na educação formal (Mingas, 2002).
Preocupados com a questão da supremacia da língua portuguesa, numa altura em que já se passaram mais de 40 anos desde a Independência do jugo colonial português, e com o à angolanidade, ou seja, ao retorno às raízes culturais angolanas, que incluem as línguas nacionais, que se encontram relegadas ao segundo plano, há vários debates, pesquisas e estudos.
Mingas (2002) fala da importância das línguas nacionais na construção de uma nação coesa e próspera e julga ser possível haver harmonia com base na pluralidade linguística, que é possível quando se usa a mesma língua. Diante dessa questão, Mingas (op. cit.) apela por uma urgente definição do estatuto de cada língua ao mesmo tempo que sugere que se ensine as línguas que são maioritárias em todo o país e as línguas minoritárias nas suas respectivas zonas de implantação.
Oliveira (2016) fala do papel das línguas na política de construção do estado-nação em Angola. A autora indica que quando os movimentos de libertação surgiram, as línguas desempenharam o papel de veículo de ideias de repulsa ao colonizador português. Porém, interroga-se sobre as razões que estiveram na base da escolha de apenas o português como língua oficial, depois da Independência, em detrimento de outras línguas. Na sua perspectiva, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) ao adotar a língua do ex-colonizador queria unir o país e evitar tribalismos, enquanto que para a União Nacional para a Libertação Total de Angola (UNITA) e Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) a adoção da língua portuguesa era vista como uma forma de neocolonização por parte da elite angolana, que já não dominava mais o uso das línguas locais, e que sugere que construir uma nação teria que iniciar pelas raízes culturais africanas. Aqui a autora sugere que se fosse a UNITA ou FNLA a ascender ao poder, depois da Independência, seriam provavelmente as línguas Umbundu e Kikongo, respetivamente, as línguas que ganhariam o estatuto de línguas oficiais de Angola, como explica Juncal (2018):

“Podemos dizer de modo bem simplificado que o MPLA era urbano, ideológico e multirracial, tendo sua base entre os mestiços e os Mbundos - etnia africana de Luanda e das províncias noroeste do país -; o FLNA era rural, menos ideológico e formado exclusivamente pela etnia Bakongo, representando uma aristocracia rural do velho Reino do Congo; e o UNITA surge de um racha no FLNA, de etnia ovimbundu, grupo majoritário na parte Central, Oeste e Sul de Angola, de origem camponesa em sua totalidade, e educados por missões protestantes”.

Chivinga (2014) levanta a questão das políticas existentes em Angola em relação à proteção e valorização das línguas nacionais e interroga-se sobre o seu status quo face ao fenómeno da globalização e, numa espécie de linguística contrastiva, procura extrair similitudes a partir da realidade linguística uruguaia. Para este autor, ao contrário do Uruguai, em Angola as línguas nacionais foram negligenciadas depois da Independência e até hoje nada foi feito no sentido da elevação do seu estatuto e da sua promoção (Chivinga, op. cit.). Neste sentido, o autor está em linha com a ideia de Abdula, Timbabe & Quebi (2014) segundo a qual várias línguas estão a caminho de extinguir-se por causa de falta de políticas governamentais que as protejam ou que lhes dê um estatuto. Ademais, Fernandes & Ntondo (2002) citados por Chivinga (op. cit.) afirmam que as línguas nacionais só servem de comunicação a nível da mesma comunidade etnolinguística sem qualquer estatuto definido. Conclui que em Angola não existe uma legislação clara em relação às línguas nacionais e que lhes confira a devida atenção na diversidade linguística.
Para Araújo (2014) a situação das línguas nacionais em Angola, incluindo o português, está relacionada com as políticas atualmente em curso. O autor desenha uma realidade linguística influenciada pela história colonial, onde, na sua visão, houve um desprezo das línguas nativas (Araújo, op. cit.). Indica que a realidade de Angola é marcada por uma política onde as línguas nativas não têm espaço para assumir o seu verdadeiro papel social.
Ndombele (2014) aborda a questão das políticas linguísticas em Angola a partir de uma perspectiva sociolinguística. O autor caracteriza as políticas atualmente existentes em Angola e mapeia as manifestações sociolinguísticas. Apesar de prestar especial atenção à língua portuguesa, questionando o seu estatuto político e social e rastreando a sua frequência, o autor faz uma breve referência às línguas nacionais e indica que a sua utilização no ensino nunca foi relevante e como consequência,

“o angolano da Província de Cabinda não consegue comunicar com o angolano da Província do Cunene e o da Província do Moxico não consegue comunicar com o angolano da Província de Luanda” (Ndombele, 2014, p.3)

Baza (2014) estuda também as políticas linguísticas em Angola e devota particular atenção à situação da língua portuguesa no país perspectivando o seu futuro. A autora indica que a escolha do português como língua oficial de Angola depois da Independência representou uma continuidade e não uma ruptura, a não ser que fosse uma das línguas autóctones escolhida como língua oficial. Para a autora não havia outra solução lógica e pragmática mais viável visto que a diversidade linguística impediria a escolha de uma língua em detrimento das outras, sendo a escolha do português como língua oficial, o primeiro e decisivo ato de política linguística em Angola. Baza (op. cit.) indica que como consequência o português tornou-se língua segunda da esmagadora Angola, tendo adotado uma variante especificamente angolana, graças a sua coabitação com as línguas africanas aí faladas e a natural interferência destas nela. Baza (id.) indica que depois da guerra civil que se seguiu à independência e que provocou um êxodo populacional das zonas rurais para as grandes cidades onde o português era o único negociador de comunicação, fez com que hoje a situação dessa língua fosse radicalmente diferente, passando a ser a língua materna de um número cada vez mais crescente da população. Baza (Id.) perspectiva assim uma situação de predomínio absoluto do português como língua materna dos angolanos.
No entender de Pedro (2014), a situação linguística de Angola caracteriza-se por um desequilíbrio que favorece a língua portuguesa em detrimento das línguas nacionais. Para si esta situação é uma herança do colonialismo, com o ensino a ser ministrado até hoje, excetuando alguns ensaios pilotos, única e exclusivamente em língua portuguesa. Para Pedro (op. cit.) é preciso que o governo adote políticas que integrem as línguas nacionais no ensino e que lhes dê os mesmos privilégios e estatuto que tem a língua portuguesa, porque na sua visão “nenhum país se desenvolve marginalizando as suas próprias línguas” (Pedro. 2014, p.79).
Chicumba (2013) estuda a educação bilíngue e o lugar das línguas nacionais em Angola. O acadêmico indica que no tempo colonial a educação era feita exclusivamente através da língua do colonizador, o português, enquanto as línguas autóctones eram marginalizadas, servindo apenas para condução do cristianismo. Hoje, apesar da Independência, alcançada em 1975, a educação ainda é feita através da língua portuguesa. O acadêmico sugere a introdução do ensino bilíngue no sistema de educação com vista a preservação das línguas nacionais em particular e dos valores socioculturais em geral.

Metodologia

Este artigo baseia-se numa pesquisa de campo levada a cabo no período compreendido entre 23 a 31 de março de 2019, na cidade do Lubango, um dos 14 municípios e capital da Província da Huíla, uma das 18 províncias de Angola localizada na parte sudoeste de Angola, sendo a segunda mais populosa do país, depois de Luanda, possuindo uma extensão de 79,000 km2.
A escolha da Huíla baseou-se no fato de ser a região de origem do autor, sendo por isso um terreno conhecido. Além disso, a escolha baseou-se na ideia de uma pesquisa qualitativa deve situar-se no tempo e espaço (Sampieri, 2010, citado por Chivinga, 2014) e de que é impossível uma pesquisa obter dados de toda a população (Velasco & Villa, s.f.; Sousa e Baptista, 2011). Assim vendo a impossibilidade de fazer uma pesquisa que abrangesse todos os 1,246,700 km2 que constituem o território de Angola, onde habitam povos que pertencem a vários grupos e subgrupos etnolinguísticos, a pesquisa, de caris qualitativa, segundo a distinção de Dörnyei (2007), a sugestão de Dörnyei (2007), Sousa & Baptista (2011) e Velasco & Villa (op. cit.), de que é sempre útil numa pesquisa qualitativa selecionar-se um número relativamente pequeno de participantes.
A pesquisa baseou-se num corpus de dados obtidos a partir da aplicação de entrevistas, uma técnica que Maurer (1999), considera com fazendo parte do inquérito. As entrevistas são conhecidas pela sua interatividade e versatilidade quando se trata de pesquisas de natureza qualitativa sobretudo em sociolinguística (Bres, 1999; Dörnyei, 2007; Velasco & Villa, s.f.).
As entrevistas foram semiestruturadas e aplicadas a mais de uma dezena de participantes de uma série de instituições de ensino e aprendizagem, de pesquisa, divulgação e conservação das línguas nacionais em Angola, tais como Instituto Superior de Ciências da Educação da Universidade Agostinho Neto (ISCED-UAN), Pólo do Lubango, Centro de Investigação e Desenvolvimento da Educação (CIDE), Secção de Línguas Nacionais do Gabinete Provincial da Huíla do Ministério da Educação, Sector de Línguas Nacionais da Emissora Provincial da Huíla da Rádio Nacional de Angola (RNA), Secção de Línguas Nacionais da Delegação Provincial da Huíla da Televisão Pública de Angola (TPA), Associação Solidariedade Nyaneka-Humbe. Outros participaram na sua capacidade individual, sem ligação com numa instituição.
Os participantes das entrevistas foram selecionados com base na confiança de que possuíam em comum um profundo discernimento e uma aguçada perspicácia essenciais para a discussão e entendimento do fenómeno em investigação.
As entrevistas basearam-se num guião contendo uma lista de questões que caíam nas categorias de introdução, desenvolvimento e encerramento. O objetivo, do guião, era obter respostas dos participantes sem se desviar do tópico em questão, não deixando, por isso, de ser flexível e versátil o suficiente para proporcionar uma atmosfera de liberdade aos participantes permitindo que estes aprofundassem as suas respostas de uma maneira mais exploratória e assim revelassem mais do que aquilo que poderiam revelar em ambientes formais.
A credibilidade deste estudo baseou-se no rigor e validade internos e suas conclusões na natureza qualitativa do estudo, onde não há possibilidade de generalizações, mas sim contextualização (Sousa & Baptista, 2011).

Resultados

Os dados obtidos do trabalho de análise foram classificados nas seguintes categorias:

Fenómeno

É nesta classe onde tratou-se do problema propriamente dito, ou seja, o tópico que suscitou o interesse para o empreendimento deste estudo, que é a falta de unicidade na comunicação em línguas nacionais entre os falantes de diferentes grupos étnicos em Angola.
A grande maioria dos entrevistados reconheceu de maneira inegável a existência do problema. A maioria constata que,
 “existe essa dificuldade: não há uma língua angolana, que esteja neste espaço africano que se chama Angola, que todos possam dominar”. 
 “(...) um meio termo, uma língua ou duas, que todos podem falar sem problema...? Nós não tivemos essa sorte, então, cada um tem a sua língua, língua nacional e o português imperou, mesmo após a Independência”.
“no nosso caso encontramos o português como a única língua de união (...)”.
 “Sim. Este fenómeno existe (...). O português em Angola coabita inevitavelmente com as línguas nacionais ou locais”.
 “uma (ou duas, três) língua nacional, que possa unir duas pessoas de etnias diferentes, infelizmente em Angola não temos. Fora do português, cada um está perdido”.
Esta é uma característica comum da maioria dos países africanos, sobretudo de colonização portuguesa, que levou vários estudiosos (Da Silva, 2011; Oliveira, 2016) a interrogar-se sobre as razões que estiveram na base da escolha de uma só língua, na maior parte, a língua do ex-colonizador, para exercer a função de língua oficial, em contextos onde existiam várias outras línguas, chegando alguns mesmo a falar de colonização linguística, numa era de descolonização (Mariani, 2008, referenciado por Da Silva, 2011).
Quando parece ser irónico e desvantajoso o fato de Angola ter adotado a língua do colonizador como sua língua oficial, a verdade é que isso foi considerado, em parte, como um ganho.
Neste sentido, as entrevistas indicam que

 “queiramos ou não, o português também fica um ganho”.
“quer queiramos, quer não, o português passa a ser uma língua de unidade nacional” (A ideia inicial de unidade nacional concebida pelo estado).

Este assunto é discutido por vários estudiosos, dentre os quais Da Silva (2011), para o qual essa escolha não foi nem arbitrária nem aleatória. Depois da independência, era preciso criar uma identidade nacional a partir da multiplicidade étnica, cultural e sobretudo linguística dos seus países, e mantê-los unidos e unificados, evitando escolher uma língua africana como oficial, para se evitar a supremacia e ascensão de um grupo étnico contra os demais. Da Silva (op.cit.) indica que as elites africanas não tiveram outra opção se não a utilização do modelo europeu e a língua escolhida como oficial exerceria o papel de construir a unicidade idealizada. Não só isso, mas também para abrir-se ao mundo, pois para as elites africanas as línguas europeias eram línguas de contato internacional e representavam a realidade do mundo atual com seus avanços tecnológicos e científicos, como bem expressa a Constituição de Angola:

Os Fatores

Nesta secção foram categorizados os principais fatores e os aspetos mais salientes que estão na base da existência do fenómeno em análise.
A colonização portuguesa, sobretudo durante o período compreendido entre 1912 e 1924, que coincide com a governação de Norton de Matos (1867-1955), cujas políticas, dentre outros aspetos, incentivavam o ensino da língua do colonizador e proibiam o uso das línguas indígenas em Angola, foi classificada, pela maioria dos participantes, como sendo um dos principais fatores que contribuíram para a existência do fenómeno. É neste sentido que Araújo (2014) e Abdula et al. (2014) entendem que a história colonial de Angola é responsável pela despreocupação das línguas nativas dos seus povos e, como consequência, pela sua atual situação, ideia corroborada por Chivinga (2014) quando declara que a colonização destruiu quase toda a cultura angolana ao impedir a utilização das línguas locais.
Num claro alinhamento com Tussamba (2009) e Chicumba (2013), uma das entrevistas  refere-se de maneira especial à aprovação do Decreto 77 por Norton de Matos, que, inter alia, promovia o ensino e emprego da língua portuguesa e proibia a aprendizagem e utilização das línguas indígenas - uma poderosa estratégia utilizada pelo colonialismo para conquistar e dominar os povos africanos (Frédéric Mistral, 1904, citado por Da Silva, 2011).
Porém, para uma certa entrevista, a culpa não é só da colonização e das suas políticas, mas também da elite de dirigentes que assumiu o poder e que passados 40 anos depois da independência nada fez em termos de políticas linguísticas e planificação para pôr fim à dependência do português na comunicação dos angolanos entre si. Neste diapasão as duas das entrevistas indicam que não se pode culpar apenas a colonização portuguesa, mas é preciso, também e sobretudo olhar para a sua agressividade, que diferiu das outras colonizações, como a anglófona e francófona, ao fazer tanta interferência, não só nos aspetos políticos, económicos, mas sobretudo nas línguas locais, incutindo na mente dos colonizados a ideia de que as suas línguas eram línguas de cães e por isso inferiores e, como tal, deveriam ser ultrapassadas para o avanço da civilização. Esta ideia está em linha com Abdula et al. (2014) para os quais a colonização inculcou na mente dos africanos a ideia de inferioridade das suas línguas. Essa é uma constatação que encontra sustentação na ideia Rodrigues (2005, citado por Da Silva, 2011) de que não podemos hoje criticar apenas o Imperialismo europeu em África, mas também a elite africana que assumiu o período pós-colonial, que muito pouco fez para a sua promoção e elevação do seu estatuto (Chivinga, 2014).
A doutrina da assimilação, que visava mudar a consciência e a mentalidade dos colonizados, para que vivessem como os colonizadores, foi apontada por alguns participantes das entrevistas, como sendo também um dos fatores que estão na base do fenómeno, em corroboração com autores como Abdula et ali. (2014) quando apontam para a colonização como tendo gerado um homem africano destribalizado que tinha perdido a sua própria identidade. Isto foi mais profundo em Angola em relação a outros países africanos de colonização portuguesa, como Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, confirmando-se as visões comparativas de vários estudiosos (Banza, 2014; Severo, 2016), de que o impacto do domínio colonial em Angola foi sui generis. Entenda-se talvez pelo fato de Angola ter sido considerada como “Joia da Coroa”, como indica a um dos participantes, num claro alinhamento a Vicente (1932) que, na sua dissertação sobre o valor das colónias para a metrópole, considerava Angola como a mais portuguesa de todas as colónias, merecendo, por isso, ser considerada distintivamente do conjunto das restantes colónias portuguesas, porque, “(...) todas reunidas não chegam ao pé de Angola” (op.cit., p.33).
De entre outros fatores referenciadas por dos dois dos participantes está a religião cristã. A religião, sobretudo o Catolicismo, ajudou o colonialismo a dominar. Isso confirma a ideia de uma empreitada do colonialismo que visava portugalizar e catequizar, quando estabeleceu uma aliança com o Rei de Portugal, como aponta Severo (2014, p.12) que “as missões religiosas (...) desempenharam um papel colonial central nas colónias portuguesas”, numa clara referência à religião católica, porque “enquanto as missões protestantes priorizaram o uso das línguas africanas, as missões católicas focavam o uso da língua portuguesa”(Makoni & Severo, 2013; Plécard, 1998, citados por Severo, 2014, p.15). Um dos participantes está em um claro alinhamento com essa visão quando indica que “neste sentido, os protestantes foram mais longe e traduziram a Bíblia nas línguas de lá onde estavam confinados”.
O complexo de inferioridade dos próprios colonizados, conforme indica um dos participantes, e a falta de autoestima da parte dos utentes das línguas nacionais, de acordo com outro participante, são também fatores identificados e que Webb & Sure (2000) consideram como sendo comum a quase totalidade dos países da África, é apontada também com causa do fenómeno atual.
A falta de estratégias (políticas), logo depois da Independência para manter a coesão das línguas, foi um fator mencionado por dois dos participantes. Aqui os participantes estão de acordo com Chivinga (2014) quando indicava que após a independência, além da declaração do português como língua oficial e de unidade nacional, nada foi feito em relação às línguas nacionais.
A estratégia de sobrevivência entra também na lista dos fatores mencionados pelos participantes, em virtude dos quais existe o fenómeno em estudo. Neste sentido, um dos participantes indica que

“os nossos avós, munidos do complexo de inferioridade, para não passar a mesma humilhação aos seus próprios filhos, vão trabalhar no sentido de evitar que os filhos usassem essa língua no sentido de, se calhar, terem um tratamento diferente daquele que tiveram”.

Ademais, endente o participante em referência que, por força da guerra e durante o conflito armado entre o MPLA e UNITA e para sobreviver alguns falantes tiveram de renegar à sua própria língua pois esta definia a sua ligação a um determinado partido, o que era melindroso para um individuo assumir-se como tal porque nunca sabia que a zona onde estava ia ser substituída por um outro movimento, numa clara corroboração com Oliveira (2016) quando se refere ao papel da línguas nacionais na política. Estamos diante de uma espécie de pressão simbólica, como uma estratégia de sobrevivência e uma forma de resistência em que o falante renega a sua própria língua para preservar a vida (Hagège, 2004, citado por Da Silva, 2011).

Perspectivas

Esta categoria abarca as sugestões que, na visão dos participantes, constituem as possíveis soluções, a curto ou logo prazos, para o problema em estudo.
Os participantes reconhecem que o problema pode ser resolvido através de várias formas. Uma das formas seria através de uma política linguística e planeamento. Neste sentido um dos participantes refere-se à política linguística do tipo down-top, ou seja, que se baseia na observação dos fenómenos linguísticos nas comunidades, porque “a vida das línguas está fortemente ligada à existência de práticas sociais em que estas línguas são historicamente usadas” (Severo, 2014, p.11). Tal política não precisa ser implementada por imposição, pois, como indica o participante, “tudo o que é imposto tem resistência”, uma vez que as línguas não são algo que se impõe sobre as pessoas, mas resultado das práticas sociais dessas pessoas (Severo, 2014). A política em relação às línguas deve ser também imperceptível, implicitamente reconhecida e implementada em todos os domínios da vida social como indica (Ricento, 2006). Ademais, como aponta um participante, uma tal intervenção política tem de ser cuidadosa, ou seja, tem de ser uma política linguística do tipo que não provoque excessos etnocêntricos por parte do grupo étnico cuja língua poderia vir a ser indicada como sendo a língua de todos. Ao lado da política linguística, aponta um participante, deveria caminhar a planificação linguística como uma medida que tem o objetivo promover outros aspetos que tenham certa relação com as línguas nacionais, para que em um determinado prazo as línguas se imponham sem imposição. Ou melhor, para o participante, não seria bom impor a língua através de decretos ou leis, mas sim deixar que a língua se impusesse de maneira natural na sociedade através de estratégias e promoção de outros aspetos relacionados, porque como indica Severo (2014, p.11) “(...) as línguas não são artefactos ou objetos a serem geridos ou impostos sobre as pessoas, mas produtos das práticas dialógicas dessas mesmas pessoas”.
Outra forma de resolver o problema passa pela recriação do ensino das línguas. Um dos participantes refere-se à recriação da cultura da aprendizagem das línguas nacionais, que por muito tempo ficou esquecida. Uma das opções para tal podia ser começando pelo seio familiar, porque, no entendimento do participante, há muito que deixamos de falar as nossas línguas nacionais. É neste sentido que Calvet (2000) e Hagège (2004), referenciados citados por Da Silva (2009), indicam que o processo de extinção ou desaparecimento de um idioma dá-se também quando se deixa de transmitir a língua às novas gerações, isto é, quando os pais aceitam que seus filhos deixam de aprender o idioma da comunidade para adotarem uma nova língua materna. Chivinga (2014) refere-se a esse assunto quando afirma que hoje muitos jovens angolanos não falam nenhuma língua nacional nem compreendem seus país quando se expressam em línguas nacionais. Quer dizer, deve-se voltar ao ensino massivo das línguas nacionais, cujo resultado seria, como indica Mingas (2002) a apropriação, pelo povo dessas línguas. Quer dizer, o povo angolano deve olhar para cada língua como seu património cultural e para tal, seria precisa uma discussão sobre a melhor metodologia de implementação de tal estratégia, que, no entender de um participante, passaria pela sensibilização as famílias sobre a importância das línguas nacionais.
A autoestima, é também uma solução referida por um dos participantes, entendendo com isso como sendo a defesa da sua própria língua, a falta de receio de se expressar na sua língua materna, de manifestar-se culturalmente, tendo em conta a sua identidade, pois, como indica Da Silva (2009), uma língua pode extinguir-se quando os indivíduos que a falam não queiram mais representar a realidade através dessa língua e prefiram em vez disso substituí-la por outra
A opção pela definição da língua Umbundu, na sua qualidade de língua com maior número de falantes, como língua a ensinar em todo o país, foi também apontada, por um participante, como uma solução ao fenómeno, uma opção que vai em linha com a sugestão de Mingas (2002), segundo a qual não sendo possível ensinar todas as línguas, poder-se-ia então ensinar as línguas maioritárias em todo o país, enquanto as línguas minoritárias deveriam ser ensinadas nas regiões de implantação. Para tal, no entender de um outro participante, dever-se-iam então criar equipas de trabalho de linguistas com vista a avaliar a viabilidade da implementação dessa opção, ou seja, a escolha de uma só língua de comunicação inclusiva dentre as 6 línguas nacionais, uma língua onde todas as tribos se revissem. Para o participante, essa opção e os critérios que estivessem na sua base fossem explicados ao povo e aceitos por este. Porém, esta medida não é apoiada por um dos participantes, que entende que, ao contrário, dever-se-ia escolher uma língua a aprender sem imposição, porque o que se impõe encontra sempre resistência.
A Regionalização consta das medidas apontadas, por três dos participantes, como solução para o problema em estudo. Quer dizer,  tendo em conta que as línguas podem estar relacionadas umas às outras, conforme indica Webb & Sure (2000) e que numa sociedade multilíngue, como Angola, haja sempre línguas de uma determinada região que se aproximam às línguas da outra região e que as línguas bantu, a cuja família pertence a maior parte das línguas nacionais (Pedro, 2014), dever-se-ia estudar a estrutura e o sistema dessas línguas, para então se encontrar uma afinidade do ponto de vista tipológico para que, em última análise, se desenvolvesse o ensino e a aprendizagem das línguas com afinidades.
O ensino bilíngue e a criação de alfabetos em línguas nacionais são outras medidas que alguns participantes julgaram necessárias para dar solução ao fenómeno em estudo. Neste sentido, um participante indica que deveríamos ter uma educação bilíngue em Angola, e deveríamos traduzir os nossos manuais e fazer com que os professores ensinem nas línguas dos alunos das áreas onde não falem português, porque pelo contrário, a situação faria com que as crianças, das zonas rurais, por exemplo, lhes fosse imposta uma língua que nada tem a ver com a sua vida quotidiana, conforme entende Pedro (2014). Foi nesse sentido que Agostinho Neto (1985, citado por Pedro, 2014, p.79), indicava:
O uso exclusivo da língua portuguesa, como língua oficial, veicular e utilizável na nossa literatura, não resolve os nossos problemas. E tanto no ensino primário, como provavelmente no médio, será preciso utilizar as nossas línguas (...)”.

O mesmo dir-se-ia da alfabetização nas línguas locais, para que, de acordo com o participante, aprender a língua portuguesa fosse uma opção, porque,

“motiva-se mais, teremos mais gente ao nível da escola, as pessoas terão orgulho de pertencer a escola e vão dar valor a sua própria língua que é subalternizada na escola, porque depois eles percebem que aquilo que falam em casa não serve para o mundo envolvente”.

Além da tradução dos multimídia em língua locais, um participante interrogava-se sobre o “porquê de não criamos desenhos animados com as nossas línguas, para os miúdos também puderem verem os desenhos animados baseados nas nossas línguas?”.

Alguns dos participantes indicaram que dever-se-ia inventar uma língua de união, à semelhança do crioulo em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau, ou então imitar o exemplo da União Europeia (UE), cujos cidadãos devem obrigatoriamente estudar no mínimo 3 línguas, ou seja, sua língua materna, o inglês e mais uma língua europeia da sua escolha, ou seja,

“em Angola também poderíamos pensar no seguinte: para além da língua materna, que um angolano tem de falar, no meu caso o nhaneca, poderíamos optar por uma língua, eu até diria, entre o umbundu, kikongo e kimbundu, escolheríamos uma obrigatória. Depois da língua materna, uma dentre essas 3”.

Finalmente, como uma medida de extrema importância, dois dos participantes entenderam que era mister investir no Instituto Nacional de Línguas (INL), uma instituição criada (em 1978), com a finalidade de “realizar estudos sobre as línguas nacionais com contribuições para a normalização e difusão da utilização das línguas nacionais em todos os sectores da vida nacional”, e que, no seu entender, esta instituição não estava a desempenhar o papel pelo qual tinha estabelecido.

Conclusões

O atual panorama linguístico de Angola é caraterizado pelo predomínio da língua portuguesa em todos os contextos da vida social, sobretudo no ensino. Essa situação é resultante de vários fatores, dentre os quais a colonização, que não tolerava o uso das línguas locais, forçando a sua retirada a um reduto confinado. Além disso, a falta de políticas eficazes logo depois da Independência em 1975, por parte da elite que tomou as rédeas do país, está também na base da atual situação linguística, onde cidadãos de diferentes comunidades étnicas não conseguem entabular um diálogo sem fazer recurso à língua portuguesa.
Portanto, este trabalho é a voz de uma vontade de que do mesmo modo que há grandes esforços no sentido de se preservar o meio ambiente para se evitar a sua degradação, com campanhas de sensibilização sobre o valor da ecologia para o ser humano, como a reflorestação, reciclagem dos resíduos sólidos, despoluição, era altura de dedicar-se tempo na educação sobre as línguas nacionais bem como do valor e riqueza linguística do nosso país, promovendo a diversidade linguística, como património imaterial.
É preciso inculcar as vantagens do plurilinguíssimo e a necessidade de se aprender várias línguas através da sua introdução no sistema de ensino, para que cada um, mesmo se expressando na sua própria língua, compreenda a língua dos outros e assim se construa um país, como indica Juncal (2018), capaz de considerar, respeitar e fazer conviver em harmonia as diferentes nações (etnolinguísticas[2]) que o formam.

Referências

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[1] Ramo do Grupo Benue-congolês, da família linguística Nigero-congolês, com línguas faladas sobretudo nos países africanos a baixo do Saara
[2] Adição do autor

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